segunda-feira, 11 de julho de 2011

Brasil precisa acordar para a epidemia de 'crack', diz Rodrigo Rollemberg

Em pronunciamento nesta segunda-feira (11), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse que o Brasil vive na "idade da pedra do crack", referindo-se ao consumo crescente da substância tóxica derivada da cocaína em cidades de todo o país. Ele disse que o crack não respeita limites, destrói vidas, dilacera famílias inteiras e virou um problema de saúde pública. Em seu discurso, o senador citou matéria do jornal "Correio Braziliense" desta segunda-feira, segundo a qual o país está desarmado contra o crack e o governo sequer conhece seus dependentes químicos.
O senador citou ainda relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) que aponta o Brasil como o país que mais registrou apreensão de crack nas Américas. Ele observou que as chamdas "cracolândias" estão espalhadas por todo o país e que o número de viciados em crack tem aumentado assustadoramente, atingindo 900 mil pessoas espalhados em 98% dos municípios brasileiros.

O senador disse ainda que a venda de crack tem sido feita de forma aberta e descarada em todas as regiões sem que a policia prenda ninguém. Entre janeiro e junho de 2010, disse Rodrigo Rollemberg, a polícia de Brasília apreendeu 35 quilos de crack contra 16 quilos do período anterior. A capital federal também já registra 64 cracolândias em 18 locais.

- Caminhar por certas ruas do DF tem sido doloroso e angustiante. O governo local tem trabalhado pra inibir o tráfico de drogas, mas ainda estamos começando e isso é muito pouco. Brasília está atrasada no combate ao crack pela ineficiência dos governos anteriores e pelo muito que se tem a fazer - afirmou.

Na avaliação de Rodrigo Rollemberg, o Distrito Federal não tem estrutura mínima para tratar de numero cada vez mais de usuários de crack. Segundo ele, os dependentes não têm tratamento na rede pública, os hospitais psiquiátricos estão lotados e poucos são os Centros de Atenção Psicossocial onde há possibilidade de internação.

Para combater as drogas de forma eficiente, Rodrigo Rollemberg defendeu a ampliação da rede social de acompanhamento familiar; inclusão de crianças e adolescentes em programas sociais; acesso à educação de qualidade; e a oferta de práticas esportivas, além do aumento das áreas esportivas e das oportunidades de lazer e trabalho. E ainda a ação integrada das polícias e das Forças Armadas dos países sulamericanos, como forma de reforçar a fiscalização das fronteiras.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que o combate direto ao tráfico de drogas não tem surtido efeito prático para a população. Ele disse que a ação contra as drogas deve atuar em duas vertentes: no combate à produção das substâncias e na assistência ao usuário.

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