quarta-feira, 6 de julho de 2011

Alvo recorrente de denúncias

Pagot - Diretor Geral do DNIT
Escândalos envolvendo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) têm marcado a história da autarquia. Hoje no centro do noticiário por denúncias de corrupção, ele foi criado com a extinção do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), que implodiu no governo de Fernando Henrique Cardoso, após a descoberta, em 1999, da "máfia dos precatórios", um grupo de lobistas e funcionários públicos que recebiam propina para favorecer o pagamento de indenizações judiciais milionárias do DNER, sem base jurídica consistente. A mudança de nome não fez cessar as denúncias. A crise derrubou o diretor financeiro do DNER, Gilson Zerwes, e o procurador-geral substituto do órgão, Pedro Elói Soares.
Luiz Antonio Pagot
Em maio de 2003, já no governo Lula, denúncias de favorecimento a empreiteiras feitas pelo ex-diretor-financeiro do Dnit, Sérgio Pimentel, chegaram a abalar a imagem do ministro dos Transportes, Anderson Adauto. Mas ele foi mantido por Lula com o argumento de que o subordinado foi demitido por cobrar propina para liberar verba a credores do governo. Adauto caiu em janeiro de 2004, após um ano de "fritura". Em agosto do ano passado, a Operação Mão Dupla, conduzida pela Polícia Federal, prendeu o então chefe do Dnit no Ceará, Guedes Neto, indicado pelo PR do ex-governador Lúcio Alcântara, e mais 21 pessoas, entre elas empresários do setor de construção, por envolvimento em esquema que desviou R$ 5,5 milhões. Guedes Neto e servidores do Dnit foram demitidos.
O Ministério Público Federal apura, este ano, superfaturamento em obras da Ferrovia Norte"Sul (foto) em Goiás, tocadas pela Valec, empresa pública vinculada ao Dnit. Laudo da PF apontou diferença de R$ 71,7 milhões nos preços pagos pelos serviços em trecho de 105 quilômetros. A cúpula recém-afastada do Dnit é alvo de suspeitas de corrupção e tiroteio político no Senado desde 2009. O Senador Mário Couto (PSDB-PA) já tentou, sem sucesso, a criação de uma CPI para apurar supostas irregularidades na gestão do diretor-geral do órgão, Luiz Antônio Pagot, agora afastado.

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