sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Nem da Rocinha - Lider da ADA


...ainda bem que foi a federal. Com vocês não tem esculacho! Disse o líder da facção criminosa ao ser preso pela policia federal.

Quando novo, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, de 35 anos, trabalhou como faxineiro e office boy num salão de beleza em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Ganhou a vida desse modo até os 25, quando passaria a integrar a quadrilha de traficantes da Rocinha. Em 2004, assumiu o posto de chefe da segurança de Eriomar Rodrigues Moreira, o Bem Te Vi, então chefe do tráfico da favela. Nem logo ganhou a confiança do bandido e tornou-se padrinho da filha mais nova dele.
Com a morte de Bem Te Vi, em outubro de 2005, Orlando José Rodrigues, o Soul, assumiu as bocas-de-fumo da favela. Mas seu reinado durou pouco: Nem e seu cúmplice, João Rafael da Silva, tramaram a morte de Soul e passaram então a dividir o controle da Rocinha.
Em outubro de 2007, Joca foi preso em Fortaleza. Assim, Nem tornou-se o único dono das bocas-de-fumo mais rentáveis do Rio, que geravam até R$ 3 milhões por mês, segundo cálculos da Polícia Civil.
Nem - por quem o Disque-Denúncia (2253-1177) oferecia R$ 5 mil de recompensa - escapou de uma série de operações das polícias Civil e Militar, muitas vezes com ajudas de integrantes das corporações. Agentes corruptos receberiam propina para avisar o chefão do tráfico sobre incursões na Rocinha e também para ajudá-lo a escapar do cerco.
Contra o bandido há nove mandados de prisão por tráfico, lavagem de dinheiro e homicídio. Um deles é o da modelo Luana Rodrigues Souza, em maio deste ano. Ela teria sido morta a mando de Nem depois que seu namorado deu um desfalque de R$ 30 mil numa boca-de-fumo.
Policiais do Batalhão de Choque ainda comemoram a prisão do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Eles conversavam animados enquanto esperavam pela transferência do preso na superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá.

A prisão de Nem foi resultado de dez dias de trabalho, nos quais a Favela da Rocinha era monitorada 24 horas por dia. O traficante foi encontrado dentro da mala de um carro, em uma tentativa de fuga, e ainda tentou subornar os policias do Batalhão de Choque que o encontraram.


O cerco a traficantes da Rocinha já ultrapassa os acessos à comunidade. Na manhã desta sexta-feira, um homem suspeito de ser um dos chefes da segurança do traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem, foi preso durante uma operação da Polícia Militar na Favela Vila Vintém, na Zona Oeste do Rio. Outros nove suspeitos foram presos, sendo que seis confessaram que fugiram da Rocinha, segundo a PM. Um outro suspeito morreu na troca de tiros com homens do 14º BPM (Bangu).Segundo o comandante 14º BPM (Bangu), tenente-coronel Alexandre Fontenelle, os presos contaram que são da Favela da Rocinha e teriam fugido do local por causa da ocupação prevista para este fim de semana na comunidade, para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
"Soubemos dessa possível fuga do pessoal da Rocinha para a nossa área e planejamos a operação durante a madrugada", disse Fontenelle.
A operação, que conta com dois carros blindados, já apreendeu três fuzis - dois FAL e um AR-15 - e uma pistola. O modelo AR-15 seria a arma usada na segurança pessoal de Nem e estava com um homem identificado como Pará, que, em conversa com os policiais que o capturaram, confessou ser uma espécie de "sombra" de Nem. Ele seria o responsável por acompanhar cada passo do chefão da Rocinha.
Pará teria fugido da Rocinha depois da prisão de Nem e, desde a noite desta quinta-feira estaria refugiado na Vila Vintém. Ele teria participado de um confronto com os policiais do batalhão de Bangu e ficou levemente ferido. Pará foi levado para a 34ª DP (Bangu), onde presta depoimento.
Policiais do Batalhão de Choque permanecem fazendo vistorias em carros, motos e caminhões no entorno da Favela da Rocinha. Cerca de 80 mantêm o policiamento nos acessos. Durante a madrugada, um homem foi preso deixando a comunidade em um táxi roubado. Um outro homem foi preso com uma pistola e munição tentando fugir da favela. Francisco de Souza estava no interior de um ônibus com destino à Gávea. Segundo a polícia, a arma está com a numeração raspada. Francisco também foi levado à 15ª DP (Gávea).
O governador Sérgio Cabral anunciou na quinta-feira que a ocupação da Favela da Rocinha, para receber a 19ª UPP do Rio, será concluída até domingo. O processo de instalação da UPP da favela apresenta uma mudança na estratégia da Secretaria de Segurança: o cerco à comunidade antes do anúncio oficial do dia da ocupação. Antes, em quase todas as favelas que ganharam unidades de pacificação, o governo procurava sempre informar, com antecedência, o plano de retomada do território, o que possibilitava a fuga de bandidos e a retirada de drogas e armas. Foi assim no Complexo do Alemão e na Mangueira. Agora, a tática foi prender os principais chefes do tráfico para só então fazer a ocupação.
No início da noite de quarta-feira, outras dez pessoas, entre policiais e traficantes, foram presas durante operação da Polícia Federal , quando cinco agentes civis e militares escoltavam cinco traficantes que estariam fugido da Favela da Rocinha. O grupo estava dividido em quatro carros que foram interceptados pela PF em frente ao Shopping da Gávea e ao Jóquei, na Zona Sul do Rio. Um dos bandidos presos é o traficante Anderson Rosa Mendonça, conhecido como Coelho, braço-direito do traficante Nem e chefe do tráfico no Morro de São Carlos.


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