quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quando os meios justificam os fins

Senador João Duval
O governo começa a trabalhar com firmeza para impedir a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue as irregularidades no Ministério dos Transportes. Desta vez, os esforços são capitaneados pela própria presidente da República, Dilma Rousseff, que tem feito ofertas aos parlamentares para que eles não apoiem a criação da CPI. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”, na edição desta quinta-feira. 

Segundo o jornal, o Planalto prometeu acelerar obras, apoiar um candidato ao TCU (Tribunal de Contas da União) e até garantir a presença de Dilma na inauguração de uma ponte.

O governo conseguiu que dois senadores retirassem suas assinaturas a favor da CPI. Como a oposição havia coletado 27 assinaturas - número mínimo para a instalação de comissão parlamentar no Senado -, as duas baixas inviabilizaram a iniciativa. Com apenas 25 assinaturas, o requerimento foi mandado pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) diretamente para o arquivo. Se quiser abrir uma CPI, a oposição terá que recomeçar a coleta de assinaturas.

Promessas

O objetivo da CPI era investigar as irregularidades no setor de transportes, que já resultaram na demissão de 27 pessoas, entre elas o ex-ministro Alfredo Nascimento e o ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária) Luiz Antonio Pagot.

De acordo com o jornal, o senador João Durval (PDT-BA), primeiro a retirar a assinatura, recuou em troca da promessa do governo e do PT de apoiar a candidatura de seu filho, o deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), para vaga de ministro do TCU.

Até então, Dilma mostrava-se simpática à candidatura da deputada Ana Arraes (PSB-PE), mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

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