segunda-feira, 8 de março de 2010

Terremotos em 2010...

Sergio Neumann

Haiti


O forte terremoto que atingiu o Haiti, pode ser o prenúncio de outros, advertem cientistas que insistem na necessidade de reconstruir com materiais reforçados a capital Porto Príncipe, situada sobre uma grande falha geológica.

"Não se pode reconstruir partindo do princípio de que o perigo já passou para o Haiti", advertiu Paúl Mann, pesquisador do Instituto de Geofísica da Universidade de Austin, no Texas (sul dos Estados Unidos).

"Essa liberação de energia em uma região próxima a Porto Príncipe pode ter aumentado a pressão nos segmentos adjacentes da mesma falha" telúrica, explicou.

Chile

Iniciou desde a zero hora de deste domingo um luto nacional de três dias em memória aos 279 chilenos mortos em decorrência dos tremores de terra e tsunamis que atingiram parte do país desde o último dia 27. Oficialmente, o governo chegou a anunciar 802 mortos, mas recuou nos números, alegando que havia incluído os desaparecidos.

A presidente chilena, Michelle Bachelet, pediu que a população colocasse bandeiras na janela de suas casas. O subsecretário do Interior, Patrício Rosende, afirmou que as pessoas podem demonstrar sua homenagem aos mortos hasteando a bandeira do Chile.

— Qualquer um que assim o desejar pode hastear a bandeira nacional na frente de casa como um sinal de solidariedade e de encontro para homenagear aqueles que morreram e suas famílias que sofreram as consequências diretas do terremotos e dos tsunamis — disse Rosende.
A série de abalos que atingiu as regiões Sul e Centro do Chile desabrigou cerca de 2 milhões de pessoas, destruiu 1,5 milhão de casas e prédios, além de estradas e pontes. O governo afirma que tem recursos para a reconstrução e a ajuda às vítimas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou a liberação de US$ 10 milhões. O governo chileno, com apoio de entidades civis, faz campanha para a arrecadação de recursos. Além disso, 35 países e 16 organizações não governamentais também vão cooperar com os chilenos.

Turquia


Os primeiros dados oferecidos pelo Governo turco apontavam 57 mortes, mas foram posteriormente retificados pelo Ministério da Saúde, que estabeleceu o número definitivo de falecimentos em 51.

"As operações de resgate nas províncias afetadas terminaram nesta tarde. Não resta ninguém sob os escombros", anunciou o governador da província de Elazig, Muammer Erol.

Segundo o Instituto Sismológico de Istambul, o tremor ocorreu às 23h32 (horário de Brasília). Seu epicentro foi registrado cerca da cidade do povo de Basyurt.

Os sismógrafos detectaram cerca de 40 réplicas e especialistas dizem que pode haver mais. As escolas nas províncias de Elzaig e Tunceli permaneceram fechadas.

O socorro às vítimas do terremoto incluiu o envio de helicópteros e o Crescente Vermelho ergueu 20 casas pré-fabricadas, 230 tendas de campanha e duas cozinhas de campanha para atender aos que perderam suas casas.

Os cientistas dizem que:

Não há nada incomum com a série de terremotos ocorrida no início deste ano no Haiti, no Chile e na Turquia, afirmaram hoje sismólogos consultados pela agência de notícias Associated Press. Segundo os cientistas, apesar de um forte terremoto ter potencial para aumentar o risco de movimentos telúricos em outros lugares, a recente série de abalos sísmicos é, provavelmente, uma coincidência.

Bernard Doft, sismólogo do Real Instituto Meteorológico dos Países Baixos, assegura que não há nenhuma conexão direta entre os terremotos ocorridos recentemente no Haiti, no Chile e na Turquia. "Esses acontecimentos estão muito distantes para que haja uma influência direta de um sobre outro", disse o especialista.

No caso haitiano, o terremoto ocorreu em uma falha geológica que não havia experimentado grandes movimentos nos últimos 250 anos. Já o Chile e a Turquia possuem histórico de abalos sísmicos devastadores. "Eles ocorreram aproximadamente ao mesmo tempo por casualidade", observou Doft.
Ainda de acordo com eles, as recentes catástrofes demonstram como a urbanização de áreas situadas sobre falhas sísmicas são capazes de provocar mortes em massa. "Posso afirmar definitivamente que o mundo não está acabando", disse Bob Holdsworth, especialista em placas tectônicas da Universidade de Durham, na Inglaterra.

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