segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Câncer, a cura em debate!

Na última quinta-feira 22/10, houve audiência pública sobre o desenvolvimento de tecnologias na área de saúde, e o  tema acabou dominando o encontro. A substância ganhou o noticiário nacional depois de ter sido apontada como revolucionária no tratamento do câncer, porém, especialistas vêm alegando a necessidade de maiores estudos e testes clínicos.
A polêmica sobre a liberação ou não do uso da fosfoetanolamina — substância ainda sem testes clínicos, mas apontada como revolucionária no tratamento do câncer — acabou chegando a debate da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), nesta quinta-feira (22), sobre o desenvolvimento de tecnologia na área de saúde.
A questão da fosfoetanolamina foi levantada pelos senadores Hélio José (PSD-DF), vice-presidente da CCT, e Lasier Martins (PDT-RS

Entre os expositores convidados pela CCT, prevaleceu o entendimento sobre o risco de se comercializar um medicamento sem experimentos prévios que comprovem sua eficácia e segurança.
— A princípio, acho irresponsável distribuir uma droga para o câncer sem passar por uma fase pré-clínica e clínica rigorosa. Pular etapas é perigoso. Eu seria mais cauteloso com isso — opinou o biólogo Alysson Muotri, pesquisador do Instituto Salk para Estudos Biológicos, na Califórnia, com foco em autismo.
Parecer similar foi dado pelo médico e também pesquisador Marcelo Morales, diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
— Entendo a ansiedade das pessoas que têm câncer, desesperadas em usar um remédio que dê resultado. Mas, em relação à ciência, não se pode pular etapas — considerou Morales, observando que as etapas de segurança começam com o teste da droga in vitro, seguido por experimentos com animais, até culminar com três fases de testagem em humanos.
A questão virou caso de Justiça depois que pacientes ganharam liminares para que a Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos — instituição responsável pelas pesquisas — distribuísse a fosfoetanolamina em cápsulas. A própria USP, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e diversas autoridades médicas alegam que a droga não passou por testes em humanos, por isso nem mesmo pode ser considerada um remédio.

O uso da fosfoetanolamina voltará a ser debatido no Senado, as 9h da próxima quinta-feira.
Dr. Gilberto Orivaldo Chierice
Foram convidados para o debate, o doutor em química Gilberto Orivaldo Chierice (USP), que coordenou os estudos com a droga sintética; o mestre em bioengenharia Renato Meneguelo (USP); o pesquisador Salvador Claro Neto (USP); o biomédico do Instituto Butantã Durvanei Augusto Maria; o doutor em biotecnologia MarcosVinícius de Almeida (Uniesp); o doutor em ciência e concentração química analítica Otaviano Mendonça Ribeiro Filho (USP); a diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde, Clarice Alegre Petramale; o diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca),Paulo Eduardo Xavier Mendonça; o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação, Jailson Bittencourt de Andrade; e o oncologista José Antônio Ribeiro Filho.


Fotos: Internet

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