segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

INSS

QUE VERGONHA DE SER BRASILEIRO!

Na segunda semana de setembro passado, já medicado com setralina, comecei a retomar minha vida, agendei por telefone um horário na agência Maria Zélia, em São Paulo para requerer minha aposentadoria plena; pois trabalhei registrado de 1969 a 1972; e, depois de me graduar em odontologia, pela FOB-USP, passei a contribuir ao INSS como autônomo (1.170.092.534-7)de 1977 até os dias atuais. Bem levei os carnês, não todos, por que nesse intervalo, mudei várias vêzes de residência e tenho documentos ainda em duas delas. No horário marcado, uma funcionária com um humor beirando ao trágico; ao invés de me esclarecer, começou a preparar o requerimento. mas seu objetivo, certamente por orientação superior foi o de que eu renunciasse aos 40% a mais que tenho direito como Cirurgião Dentista. Quando me viu arredio a abrir mão desse direito; escreveu a relação de documentos que precisarei apresentar quando voltar ao INSS novamente; o mais impossível e hilário ítem pedido foi que eu levasse uma nota fiscal de material dentário de cada ano trabalhado, desde 1977 até hoje???
Como senhora instituição?
Se a Receita Federal nos exige a guarda de comprovantes pelo período máximo de 5 anos!Mas não parou por aí, pediu que levasse uma ficha clínica e um recibo de um cliente também a cada ano. Isso para que comprove que exercí a minha profissão. Ora, vamos e venhamos pensar no ridículo da questão.
Ninguém em sã consciência íria se deslocar de São Paulo, morar em república, ficar 8 horas por dia sendo treinado e à noite, quase que diariamente o uso da biblioteca ou dos laboratórios era necessário, para simplesmente não exercer a profissão. Há casos de abandono sim, mas são raros. E o INSS sabe disso.Bem, voltei para casa, e comecei meu garimpo, além disso fui ao CROSP pegar uma certidão de que estava quites com esse órgão (mas a senhorita INSS EXIGIU UMA CERTIDÃO DE CADA ANO TRABALHADO)- e dá-lhe Marina Silva, haja árvore para tanto papel inútil; Claro que lá na Paulista demos risada da imbecilidade da garota e trouxe apenas uma certidão. Além disso, visitei alguns colegas a quem encaminho clientes para serviços expecíficos (tais como cirurgia buco-maxilo-facial, radiografias, endodontias especiais. ortodontia, etc) e pedi a eles uma declaração de que realmente sou dentista. Além disso, procurei por um colega, na época responsável pelo serviço voluntário que prestei semanalmente; período de 3 horas) na Casa Dom Macário em Vila Maria - de 1986 à 1998 - quando o SESO encampou tal instituição me recusei a continuar devido ao fato de que o SESI pode e muito bem pagar por profissionais como eu.Infelizmente. não houve tempo de separar todos os documentos, sequer ir à outra casa, pois a "bendita" setralina me dopou; isto é, quando fiz minha primeira entrevista com a Dra. Leiza, em outubro passado; ela prescreveu 2 comprimidos diários, o que seguí com presteza. Não foi bom. Aos poucos fui me entranhando; alguns de voês viram as fotos de como minha casa ficou . está um pouco melhor agora, mas a imundice impera ainda. Em novembro, quando retornei à consulta, disse-lhe que seria melhor que eu voltasse a tomar apenas um comprimido ao dia, pois estava me sentindo drogado; sem vontade, sem conseguir ler uma página sequer, sem quase comer (o fato é que perdi mais de 15 quilos nesse período), pois mesmo voltando a tomar apenas 1 comprimido, meus sintomas se agravaram, chegando ao ponto de não poder mais sair, nem para comprar o básico. estava completamente sem equilíbrio, perdí a noção tempo-espaço; e para ajudar moro só, ou melhor estou só nesse mundo.Nem à consulta de dezembro pude ir, até que por volta de 20/12; decidí interromper a setralina por minha conta e risco; pois estava com medo de ter algo pior; começaram a surgir espasmos vez ou outra; o sono intermitente, be; para concluir, só consegui sair de casa agora, domingo passado. Na quarta-feira procurei pela psiquiatra e ela me disse que poderia ser "resitência" - que ferramenta boa essa - quando não ocorre o esperado, o paciente está com resistência; realmente gargalho, pois quando estudei Neurolinguística em 1997, recordo bem do que um dos criadores cita em quase todos os seus livros: "A psicologia é a única profissão onde o erro não existe, o engano não existe e o fracasso menos ainda, pois há essa tal "resistência" onde parece ser um saco maior do que o mundo. Ainda mais que ela é inconsciente. Aí meus neurônios travam!
Voltando ao inss, com minúsculas mesmo; pedí à Leisa que escrevesse um laudo para que eu desse entrada ao auxílio-doença. pois minha reserva monetária se esvai lentamente. E como estava no equipamento fui diretamente à previdência; aí a decepção: o funcionário bem mais humorado e educado me informou que haveria uma vaga para março próximo; aí meu limite de paciência se esgotou e explodi e chorei, lhe disse: você está me dizendo que vou precisar pedir esmolas para sobreviver?Se vivesse na Europa, com tantos anos de estudo e treino, não só em Odontologia, as pessoas e principalmente, instituições me fariam reverência!
Eu exijo respeito!
Não peço nada do que me é devido! Bem, então ele fez uma busca mais refinada e encontrou uma vaga para o próximo dia 14 ( justamente o dia de minha primeira consulta com o psicólogo Walter, que aguardo há 4 meses pela vaga individual); mesmo assim, claro que topei - ainda não terminou meu suplício: O bendito sistema falhou. o rapaz tentou várias vezes e quando ía me segurar a vaga. deu erro. Ficou de me ligar, aguardo.Bem, enviarei uma cópia desse artigo ao CROSP, pois Dr. Razuk precisa tomar conhecimento do que pode nos ocorrer e também ao senador Eduardo Suplicy que conheço desde 1982, pois trabalhei em sua campanha para deputado federal na criação do PT, em parceria com João Baptista Breda que procurava se reeleger a deputado estadual. Como disse ao funcionário, infelizmente em nosso país, ainda vale o ditado: "Quem não tem padrinho, morre pagão" e a Ouvidoria precisa saber disso. Mas creio que publicamente, seus ouvidos estarão mais limpos e certamente me escutará.

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