segunda-feira, 12 de abril de 2010

Lamento...

Caro Senhor Presidente da república Federativa do Brasil
Publico aqui o meu lamento, para que outros possam vê-lo e talvez, espero em Deus, ver o porque de ser eu, as vezes, tão revoltado quando se trata de seus atos e de suas falas.
Lamento muito senhor presidente, muito mesmo, pelos dias que passei chorando ao me lembrar da cena, ainda latente em minha memória, de meu próprio pai sendo preso por soldados do exercito, por ele ser um membro da esquerda brasileira durante a ditadura.
Ele, quando estava em casa, ele me falava das idéias comunistas, dos ideais de liberdade, de igualdade e de bem estar de todos.
Me lembro de ver minha mãe chorando escondida certo dia, quando o meu pai disse que não poderia mais viver com ela, pois, a presença dele em nossa casa poderia por as nossas vidas em risco.
Me lembro do jovem bobo que eu era, quando no inicio dos anos 80, eu também empunhava a bandeira de esquerda, e como um tolo que era de fato, eu também acreditava que o comunismo nos levaria a uma vida melhor.
Me lembro da fome e da dor de minha mãe, que se privava de alimentar a si mesma para que nos, seus filhos tivesse o que comer, pois, sem pai, o pouco que tínhamos não era suficiente para todos.
Mas lamento ainda mais senhor presidente, muito mais mesmo, por vê-lo ocupando este cargo que ocupas, pois, o senhor tem as suas mãos todas as condições de sarar o povo brasileiro de suas doenças, de sua falta de cultura, de sua falta de progresso, mas não. O senhor optou por ser mais um dos facínoras que tanto combatíamos, que tanto execrávamos em nossos discursos.
O senhor, como já bem sei, nunca sabe de nada, e com certeza não se lembrará de que eu, com apenas 13 anos de idade, fui um dos poucos que testemunharam o que o senhor disse certa vez, dentro de um bar, na Cinelandia (Rio de Janeiro/RJ) onde o senhor disse que o plano estava dando certo. Que plano era aquele senhor presidente?
Por um acaso é este que o senhor pôs em pratica? É fazer o povo ser seu submisso, seu escravo, seu prisioneiro?
Ver o senhor e seus cães de guarda usarem tudo ao alcance para destruir as opiniões contrarias as suas me faz temer o que ainda está por vir. Ver que o senhor usa da maquina do estado e de seus poderes de governo para pisar em seus oponentes, mas com um estilo bem Stalinista. Matando de forma traiçoeira os seus oponentes.
O senhor é um traidor senhor presidente, pois, o senhor traiu a mim, aos meus sonhos, aos meus ideais. O senhor jogou fora minha vida, e agora, me sinto como a um órfão, sem destino, sem um norte, sem direção.
O senhor me fez ter pena de meu pai, por ter ele sido ainda mais tolo do que eu, e por ele ter pregado tudo o que o senhor pregava e de ver que ele também estava enganado.
O senhor pode não receber a justiça desta terra, pois, infelizmente aqui neste país, o único que receberá alguma punição serei eu por estar falando mau do senhor, mas há de haver um poder maior, e este há de ser justo e honesto, e que ele tenha pelo senhor a mesma piedade que o senhor teve e tem pelos seus oponentes, pois, o senhor é digno de pena, mas nunca foi e nunca será inocente.
Obrigado senhor presidente. Obrigado pelo senhor ter me feito tanto mau e ter destruído meus sonhos.

Sergio Neumann
neumansergio@gmail.com

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