Emprego, renda, diversão e arte para todos
Ampliar o acesso da população às opções culturais é o objetivo do Vale Cultura, benefício proposto pelo Governo Federal que foi lançado no último dia 23 no teatro Raul Cortez, na sede da Federação do Comércio de São Paulo. A solenidade foi marcada pela presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ministro da Cultura Juca Ferreira, Ministra Chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, Presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte) Sérgio Mamberti, além de outras autoridades, políticos, artistas, cineastas e empresários.
O projeto de lei que cria o Vale Cultura poderá incluir 12 milhões de pessoas no mercado de consumo cultural. O benefício, no valor de R$ 50, será concedido através de um cartão magnético a trabalhadores com carteira assinada para serem gastos em eventos de natureza cultural (peças teatrais, espetáculos de música, de dança, museus, cinemas, circos, zoológicos, artes plásticas, entre outros do mesmo gênero), e vai funcionar nos mesmos moldes dos vales-transporte e refeição. O empregado contribui com 10% do valor do vale, o equivalente a R$ 5 por mês. Os 90% restantes ficam por conta da empresa, que terá o benefício fiscal de abater com este gasto até 1% do imposto de renda.
A previsão é que o projeto chegue à Câmara dos Deputados em caráter de urgência, seja votado daqui a 45 dias e depois siga para o Senado em busca de uma aprovação em tempo recorde. O Ministério da Cultura calcula que a adoção do vale injete na indústria cultural cerca de R$ 600 milhões por mês, o equivalente a R$ 7,2 bilhões por ano, utilizados na compra de livros, CDs, DVDs, ingressos de cinema, teatro, museus e shows.
De acordo com estatísticas do IBGE, de 2006, o Brasil não consegue incorporar nem 20% da população em atividades culturais a não ser na TV aberta. Menos de 10% frequentam museus, 13% vão ao cinema, 17% compram livros, espetáculos de dança e teatro são pouquíssimos. A respeito do projeto, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse que “vai trazer um fortalecimento extraordinário para a cultura, e fazer com que cada brasileiro de qualquer canto do país, de qualquer segmento social tenha a oportunidade de ter acesso à cultura”.
O Presidente Lula considerou a ideia extraordinária, e disse que “é um trabalho dos artistas brasileiros e da sociedade para que o povo brasileiro volte a ter acesso à cultura”. O Ministro da Cultura Juca Ferreira destacou o lançamento do programa como sendo uma revolução para o país. “É necessário trabalhar para tornar a cultura acessível, para que passem a consumir estes produtos mágicos que carregam consigo toda complexidade simbólica e sensibilidade estética da nossa cultura’, afirmou. Entre os benefícios, ele enfatizou também o aumento de trabalho nos postos da área cultural, o incremento do turismo com ampliação das atividades de setores como a gastronomia e o artesanato, maior renda para os artistas e o fortalecimento da economia criativa.
A cultura é tão natural ao ser humano com a necessidade de se alimentar. É um direito tão essencial ao cidadão como o de ir e vir, da mesma maneira que o vale refeição alimenta o corpo, o vale cultura vai alimentar alma, e da mesma maneira que o vale transporte leva as pessoas para o trabalho e para casa, o vale cultura vai transportá-las por caminhos muito especiais, para lugares que falam de sonhos e imaginação, mas que no fundo retratam o que há de mais verdadeiro na essência do povo brasileiro.
Na cerimônia houve apresentações musicais de Chico César, Zezé Motta, Vítor Ramil, Roberta Sá, Tetê Espíndola, do grupo de congo capixaba Amores da Lua, do coral indígena guarnai Tenondé Porã, do cantor Pinduca e apresentação de bailarinos da companhia de dança Ivaldo Bertazzo. No encerramento, todos cantaram juntos a música “Comida”, dos Titãs – os versos “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte” têm sido usados para ilustrar como a cultura é um bem fundamental na vida do brasileiro. O vale cultura vale risos, vale lágrimas, vale sonhos, vale sentimentos, vale emoções e vale descobertas que o trabalhador brasileiro fará sobre o seu país e sobre si mesmo.
A cerimônia de assinatura do projeto foi organizada pelo Ministério da Cultura em parceria com a Funarte, e a executora de toda infraestrutura operacional do evento foi da Serrana Center Promoções e Eventos. Para o diretor comercial Flávio Câmara, foi um dos eventos mais importantes que a Serrana participou nos últimos 10 anos. “Vai fazer parte do nosso portfolio essa grande revolução cultural no país. É o sonho de todo artista que irá impactar em todos os segmentos econômicos ligados à cultura e ao turismo”, disse. Mais informações estão disponíveis no site www.cultura.gov.br/valecultura
FOTO: Andréa Xavier
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