quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Pizza!!!
Conselho de ética se reune
O Senado e aqueles que o compõe mostra a sua cara!
A reunião do conselho de ética hoje, dia 30 de agosto de 2007, mostra claramente como anda a nossa política.
Nesta reunião, homens vistos pela população brasileira como "acima de qualquer suspeita" nós mostra claramente que há armação a favor do acusado, o nosso querido senador pulador de cerca, o Sr. Renan Calheiros. Enquanto os homens sérios deste país exigem que o voto seja claro e transparente para que a nossa nação possa ver quem é que está trabalhando para o engrandecimento do Brasil, o próprio presidente do conselho protela em divulgar como será este voto e que quer primeiro ouvir os relatórios para depois então decidir como irão votar os membros do conselho, se aberto ou secreto. Esta atitude mostra claramente um desejo escuso de direcionar os votos do conselho uma vez que, se o parecer for conclusivo e defina pela cassação do Sr. Calheiros, muito provavelmente o voto então será secreto obviamente para que aqueles patifes eleitos pela inocência do povo ou indicados, no caso de suplentes, pelo interesse de quem foi eleito. Caso o voto seja secreto esta claramente demonstrado que a política brasileira ainda não atingiu a maturidade que a nossa nação tanto anda carente e que talvez seja mais do que a hora de este povo novamente ir as ruas e lutar pelo seu direito mais do que sagrado de ter homens sérios e honestos, além de competentes frente a direção de nosso país.
Não há como aceitar que uma nação tenha a frente de seu povo, homens que precisam se esconder atrás do voto secreto.
A atitude de se ocultar atrás deste tipo de voto está claramente definida nas palavras do advogado de Renan Calheiros, o Senador Almeida Lima - PMDB/SE, quando na reunião ele disse: "Eu voto secretamente e depois, lá fora, não há nada que me impeça de dizer qual foi o meu voto" Isto é uma demonstração clara de que há no mínimo a vontade de se esconder e como estamos acostumados a políticos mentirem, este senador nos mostra claramente que não será diferente nesta hora também.
Acreditamos que os verdadeiros servidores públicos, dignos representantes da nação brasileira e deste povo ansioso pela verdade não ir´´a deixar que isto aconteça.
A reunião do conselho foi interrompida a pouco por ter se exaltado nada mais nada menos do que o advogado parlamentar de Renan Calheiros, mas que acreditamos e mantemos viva a chama da esperança de que, apesar das pauladas que anda tomando, a verdade prevalecerá.
Aguardamos o final desta novela e que não haja pizza no almoço de hoje.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Caros senhores!
Voto secreto em qualquer instancia só mostra para nós, povo brasileiro que os elegeu, que o corporativismo e companheirismo a que o senado federal está sujeito é realmente um fato e que é inútil querermos ainda que por apenas um segundo, acreditarmos na seriedade e competência dos senhores senadores.
Tal atitude só faz crescer a certeza de que a impunidade e a falta de vergonha na cara é grande em face a falta de caráter e verdade contidas naquelas frases hipócritas que cada um de vocês que apóiam o voto secreto gritavam nas ruas para conseguirem votos do povo, mas que agora, revestidos dos escudos palacianos e quiçá aboletados em altos numerários, se julgam melhores do que um pedinte que em uma porta bate pedindo um prato de comida para matar a sua fome.
Para mim, a diferença entre o mendigo na rua e um senador que deseja se esconder atrás do voto secreto é apenas que o mendigo me mostra os seus pesares e o senador me mostra o porque há o mendigo.
Vergonha na cara senhores!
É amanhã!!!
A comissão de ética do senado votará amanhã os pareceres dos relatores a respeito do Senador Renan Calheiros.
O coitadinho e amado senador pulador de cerca, não somente não abre mão do cargo de presidente da casa como faz uso dele com todas as suas prerrogativas a que este caso em especial lhe permite. O presidente sofre agora com a denúncia de que um alto funcionário do senado vinha sofrendo pressões para encaminhar pareceres de uma forma digamos assim, um tanto quanto suspeitas quando o caso Renan vai a debate.
É hora do povo exigir que seus empregados com altíssimos salários lá no planalto tenham vergonha na cara e tomem uma atitude digna de quem deseja sustentar o titulo de representante do povo e votem, votem com a conciência e com a hombridade que o cargo de senador da república exige. Que parem de se achar acima de tudo e de todos e que andem pelas ruas (aqueles que tiverem coragem para encarar o povo) e vejam nos rostos de um povo faminto e sedento, a vontade de verem as coisas neste país funcionarem.
Se Renam for culpado, o que eu acho mais provável, que ele seja condenado pelos seus atos e se inocente for, que esta inocência seja reconhecida e divulgada em sua maior amplitude possível, porém, que o trabalho do senado aconteça com seriedade e dedicação, com a mesma seriedade e dedicação a que cada um destes 81 senhores teve na hora de ir a rua e bradar gritos de ordem para angariarem votos deste povo que agora clama por justiça.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Seu dinheiro!
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
O Sonho acabou!
Em junho de 1972, eu vinha a este mundo, recém nascido e ainda sem dente, já ouvia meus pais dizendo que o Brasil era o país do futuro e que tudo ia bem. Lembro-me de que quando tinha cinco anos, minha mãe com um ar triste comunicou a mim e a meus irmãos que meu pai iria demorar alguns dias para voltar para casa. Com quase dez anos de idade eu descobri que minha mãe, minha santa mãe havia mentido para nós e que o o motivo de meu pai ter estado tanto tempo longe era na verdade por ele ter ido a luta contra o regime autoritário que havia se instalado em nosso país desde 1964. Na escola aprendia siglas e nomes que nem sempre sabia para que servia como por exemplo: OSPB, DOI-COD, SNI, na sala de minha casa ouvia nomes seguidos de adjetivos que tento por vezes esquecer tais como: Coubery (FDP) do couto e Silva, Geisel (assassino), Medici (matador) e assim por diante.
Em 1981, um acontecimento em Nova York, E.U.A. abalou o mundo, eu contava com quase dez anos e nem sabia quem era o John. Para mim era mais um daqueles yanques reacionários que havia morrido e que provocavam a desordem e a morte da classe operária absorvida em trabalhos arduos e que pouco tinham tempo para lutar por melhores dias para a nação.
Veio as diretas já, oh! que beleza ouvir um careca já idoso falando por horas em nome da democracia. Lembro-me de um comicio na Cinelandia, no Rio de Janeiro onde eu pela primeira vez vi personagens que fariam a política na década seguinte. Vi o "Velho" outra vez e por um segundo vi um filme passar por minha mente ao me lembrar de quando ele, hospedado em minha casa quando eu ainda era uma criança com pouco mais de quatro anos, aquele velho me disse que não temesse dizer o que penso pois só assim eu seria um soldado da liberdade. Vi um dos filhos de meu tio me pedir para não comentar com ninguém que eu o havia visto ali, pois o seu pai, um dos coronéis do exercito brasileiro metidos em torturas e assassinatos no Brasil poderia tomar alguma atitude contra o próprio filho dado ao fato de ser este senhor um tanto Caxias. Ouvi um operário falar e suas palavras encheram o meu coração de esperança, esperança esta que nem mesmo o "Cavaleiro da esperança" quando esteve escondido em minha casa conseguiu fazer brotar em meu coração. Suas palavras vinham carregadas de todos os sentimentos de amor, nacionalismo, brasilidade e amor a raça humana que eu sempre quis ouvir, que eu sempre achei que seria o melhor para o meu país.
Aquele barbudo quem é? Eu perguntei ao meu pai e este me respondeu: Este ai é um líder meu filho, um lider e que levará a classe operaria do Brasil a um patamar de igualdade e solidariedade jamais vista no mundo meu filho. Este barbudo ai saiu lá do nordeste e foi para São Paulo, lá ele trabalhou para que o trabalhador brasileiro tivesse a dignidade e reconhecimento que ele merece e este barbudo meu filho, quando ele chegar a presidência do Brasil ele fará com que tenha valido a pena tantos anos de dor, de sofrimento a que nós temos passado ao lutar pela redemocratização do Brasil!
Ouvindo meu pai falar isto eu então, com o peito estufado dei gritos de ordem entoando o coro de jovens que gritavam: Diretas Já!!! O povo unido jamais será vencido!!! Lula e o povo construirá um Brasil novo!!! E por ai vai.
Veio o caçador de marajás. Nós ficamos meio confusos pois ainda não tínhamos engolido muito bem a morte do mineiro Tancredo Neves, quando caiu o Helicóptero matando o Ulisses também só aumentou a nossa angústia dai o Collor meteu os pés pelas mãos e nós vimos que era a hora mas...não deu. Assumiu a presidencia o Senhor Fernando Henrique Cardoso. Eu era um comunista, vermelho até na alma e o FHC estava sendo atacado pelo meu partido, porém, eu o tinha visto lá na cinelandia e foi ele quem evitou que eu e meu pai levasse uma surra da policia ao abrir a porta do carro dele e nos fazer entrar evitando assim que os três ou quatro homens da policia infiltrados na multidão nos pegassem e ele nem sabia quem era eu e acho que não sabia que estava pondo dentro de seu carro o presidente do partido comunista brasileiro. Eu então vi que não estávamos julgando as atitudes das pessoas e sim, nós estavamos fazendo apologia ao que era bom tinha que vir do partido se não, então era ruim e por isso eu decidi sair do partido e mudar alguns de meus conceitos quanto a política brasileira.
Dai acabou o governo FHC e aquele barbudo que havia inflamado o meu coração com aquelas esperanças em 1984 assumiu o poder. Eu gritei vivas e por dentro o meu coração explodia de alegria e contentamento pois sabia que enfim havia chegado a nossa hora. O povo brasileiro enfim seria respeitado e teria melhores condições de vida. Meu pai não iria morrer sem ver que valeu a pena e eu cheguei a sonhar acordado com o dia em que eu iria ter com meu pai e lhe dizer: Lembra da cinelandia meu pai? O senhor estava certo! Valeu a pena meu pai, valeu a pena! Obrigado por ter lutado tanto, ter pego em armas para assaltar bancos e assim levantar verbas para a luta armada pois agora temos o futuro brilhante pela frente e este futuro tem no comando um bravo homem.
Passou um ano, nada.
Passou dois anos, vieram os primeiros escândalos.
Passou três anos e comecei a ver que havia algo de errado.
Ao final do quarto ano eu já tinha a certeza. meu sonho foi como o de qualquer criança que sonha em voar e ir até as estrelas. Vi o meu sonho de um país mais digno dos seus era apenas uma utopia e que aquele barbudo não só havia me traído como também ele havia roubado os meus sonhos. tal como Adolf Hitler matou milhões, este que havia enchido o meu coração de esperança, havia assassinado os meus sonhos de que eu veria um país com ética e com moral, com dignidade e com trabalho.
A direita brasileira sempre me disse que era contra a mim e a meus sonhos mas este que ai está, traiu toda uma história de vida dele, do povo que o apoiou e de verdadeiros heróis que tentaram fazer deste país uma nação.
Obrigado presidente traidor!!!
Senadora da diploma de burro!!!
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quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Cuidado!!!
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Obstrução!
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Se houve ou não irregularidades financeiras por parte do cliente do Senador Almeida Lima, nós ficaremos sabendo apenas dentro de alguns dias, porém, o que já sabemos é que se o Senador Renan Calheiros não é fiel a sua esposa, se ele não
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK7mMPXetEboTczliNapul1qVYKESZdYql5_K83CXSxtcs9mzZgzsEsWI-R5gg71XQ6DarjvlK4R0Sn8bfJ37Ufq70Tyxv8Ez6j_1QLHKamvY9h4yhnGoe_ZfSfFdDWqR282dIuPHq8xU/s400/sen.+renan+calheiros.jpg)
sábado, 18 de agosto de 2007
Quero meu Brasil de volta!
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Traidor do povo!
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Obrigado Lula!!!
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Atendendo a pedidos!
Foi grande o numero de e-mails que recebi perguntando o porque dos elogios a este ilustre senador, que de forma brilhante defende não somente o Estado do Amazonas, mas também o povo brasileiro e a raça humana. por este motivo, eu publico aqui, em sua total integra, o discurso de Sua Exª, o Senador Arthur Virgilio - PSDB/AM em defesa do direito democrático de asilo politico a dois cubanos cansados de viver sob o julgo de um dos mais antigos ditadores do mundo.
ARTHUR VIRGÍLIO QUER EXPLICAÇÃO PARA A DEPORTAÇÃO DOS CUBANOS!
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) –
(O Sr. Presidente faz soar a campainha)
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Já concluo, Sr. Presidente. Ele procura criticar os nossos adversários. Mas o Reinaldo Azevedo, outro dia, disse uma coisa que me estarreceu, Senador Papaléo. Ele escreve que o caminho da Oposição deveria ser esse, que esta Oposição está acostumada “a não seguir os meus conselhos”, algo assim.Gostaria de dizer para o prezado Reinaldo Azevedo, figura admirável – sou leitor de carteirinha dele – que não sou obrigado a segui-lo, como não sou obrigado a fingir que não leio e não li o que disse o Veríssimo: que não dá para se criticar o Lula sob pena de passarmos por reacionários.
O Brasil hoje a mim me envergonhou, a mim me causou profunda repulsa. Esse servilismo, essa história de ficar justificando...Vamos falar o português claro. Quando se trata de uma ditadura sanguinária de Direita, os nossos intelectuais ditos de Esquerda são absolutamente defensores dos direitos humanos; quando se trata de Fidel Castro, são reverentes, são bajulatórios até, são servis, baixam a cabeça, baixam a coluna vertebral.Então, para mim a ditadura e agressão aos direitos humanos pode ser praticada por alguém de Esquerda, por alguém de Direita, por alguém de Centro, por alguém de costas, por alguém de lado, por alguém de bruços, por alguém de barriga para cima, pode ser criticado por alguém de qualquer posição física, anatômica, fisiológica ou ideológica. Não me importa. Agressão a direitos humanos é agressão a direitos humanos, diz respeito à pessoa humana; tortura é tortura onde quer que ela se processe.
(Interrupção do som.)
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Antes de conceder apartes aos Senadores João Tenório e Papaléo, eu queria dizer algo a V. Exª – inclusive me ocorre um lapso, porque esqueço o nome dele; talvez o Senador Suplicy possa me socorrer: Cuba tem uma tradição no boxe amador fantástica.Há dois grandes nomes: um é deputado, naquele simulacro de Parlamento que existe lá. E é o nome dele que estou esquecendo. Isso é imperdoável.
Por tudo isso, é lamentável.Senador João Tenório.O Sr. João Tenório (PSDB – AL) – Senador Arthur Virgílio, V. Exª, talvez, tenha sido responsável por um dos mais brilhantes momentos que presenciei nesta Casa hoje à tarde. Não vou acrescentar nada ao seu pronunciamento, até porque não cabe, não há espaço para isso. Mas eu gostaria de dizer que V. Exª, com o brilhantismo que caracteriza seus pronunciamentos em geral e, particularmente hoje à tarde, conseguiu emocionar o País. Pelo menos me emocionou muito, porquanto demonstrou a quebra de uma das coisas mais importantes para o povo brasileiro, que é a solidariedade. Então, no momento em que o Governo brasileiro tomou a iniciativa de entregar ao Governo cubano dois jovens que tinham aspiração de buscar um ambiente de vida melhor, decepcionei-me.
(Interrupção do som.)
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI) – O Senador Arthur Virgílio representa aqui o direito de liberdade de ir e vir, que deve ser salvaguardado, não por esta Casa, mas por todos aqueles que defendem a democracia.O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Obrigado, Sr. Presidente.O Sr. Papaléo Paes (PSDB – AP) – Fiz esta solicitação para ter a honra de fazer um aparte no pronunciamento do Senador Arthur Virgílio, que faz com que o PSDB se torne nesta Casa um Partido como é, grandioso, pela sua Liderança. Parabenizo-o. V. Exª faz uso da tribuna há cerca de 30 minutos e, logicamente, abordou diversos assuntos importantes, como a questão política e regimental deste País. O ponto que mais nos constrange na atitude do Governo brasileiro é exatamente a deportação desses dois cidadãos cubanos, atletas, que, logicamente, já fizeram muita propaganda para Cuba, mas que, estafados do regime cubano, resolveram ficar no Brasil. Lamentamos muito a decisão do Governo brasileiro e não conseguimos entender por que o governo petista, um governo que sempre considerou a democracia a salvação de um país, no caso do Brasil, agiu desta maneira. Por que essa subserviência ao governo cubano? Não entendemos também.
(Interrupção do som.)
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Sr. Presidente, peço mais uns minutos porque se instalou um debate...O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI) – Quarenta e sete minutos foram usados, Senador Arthur Virgílio. Vou conceder-lhe mais três minutos, e foram os 50 minutos mais bem gastos pela liberdade democrática.O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – V. Exª foi generoso, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI) – Pela auto-afirmação deste País, generoso em receber todos. Lembro que viveu aqui até o assaltante do trem pagador, Ronald Biggs, traduzindo uma política de relações deste País.O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Pois bem. Acho importante que digamos ao Governo do Presidente George Walker Bush, que também não permite hoje a livre circulação de pessoas, inclusive vem construindo um muro, que Thomas Paine diria que contraria inteiramente o bom senso, e que possamos conclamá-lo a acabar com o bloqueio, porque tenho certeza de que isso ajudará no processo de democratização de Cuba.
No que diz respeito ao episódio dos lutadores cubanos, também fiquei muito preocupado quando soube que os campeões Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, de 26 e 24 anos, haviam abandonado a delegação de seu País e estavam como que desaparecidos. Acompanhei o noticiário dizendo que um empresário alemão os havia persuadido de alguma forma – não sei os detalhes –, utilizando-se de métodos que precisam ser mais bem conhecidos. Fiquei extremamente preocupado quando vi a notícia de que estariam detidos e que estavam para ser encaminhados ao seu País antes mesmo de haver um melhor esclarecimento de tudo. Gostaria de ter visto a entrevista de ambos, em total liberdade, para a imprensa brasileira. Estranhei que não tivessem dado declarações. Acho que isso precisa ser objeto de um melhor esclarecimento. Acho importante que o Presidente Fidel Castro tenha publicado, em carta ou artigo, uma declaração firme, dizendo que de maneira alguma esses pugilistas serão objeto de qualquer punição e muito menos serão presos em Cuba. Acho importante que possamos assegurar que esses dois pugilistas que vieram ao Brasil representar seu país no Pan, que tiveram a possibilidade de se tornarem exímios pugilistas...
(Interrupção do som.)
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI) – Caro Suplicy, acabou o seu tempo, vamos passar para o.. Eu o inscrevo aqui, e V. Exª será chamado.O Sr. Heráclito Fortes (DEM – PI) – Senador Mão Santa, diante do espírito democrático e a importância desse assunto, vamos deixar que o Senador Suplicy exerça o seu poder de síntese e explique, porque isso é muito importante. Aliás, é o único petista aqui na Casa. Tivemos presente o Senador Paim rapidamente, e agora o Senador Eduardo Suplicy, que é um peregrino da democracia pelo mundo inteiro. De forma que estou ouvindo com muita atenção e acho da maior importância o que está dizendo o Senador Eduardo Suplicy. Rogo a paciência de V. Exª.O Sr. Papaléo Paes (PSDB – AP) – Senador Mão Santa, também apelo a V. Exª para que dê a oportunidade ao Senador Eduardo Suplicy de, brevemente, dar a resposta que o Senador Arthur Virgílio solicitou.O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Se o Senador Marcelo Crivella pudesse brevemente externar a sua opinião, seria muito honroso para mim.O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Se me permite então, Presidente Mão Santa...O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI) – Eu permito. Agora, é o representante aqui, o pastor de Deus que quer falar.O Sr. Marcelo Crivella (Bloco/PRB – RJ) – Eu aguardarei, Sr. Presidente.O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Quero transmitir a V. Exª, Senador Arthur Virgílio - que aqui expressa também a vontade de que todos tenhamos direito a livre movimento em nosso continente e nas três Américas -, que espero que possamos melhor esclarecer este ponto. Inclusive, quando estava vindo do aeroporto e ouvi pela Rádio Senado o pronunciamento de V. Exª, de pronto telefonei ao Ministro interino, Samuel Pinheiro Guimarães, que estava em reunião, e pedi que possa dar esclarecimentos mais completos, se possível ainda nesta tarde, sobre o que realmente aconteceu. Embora tenha sido dito, pela autoridade policial e por aqueles que os conduziram até o hotel, que eles voluntariamente disseram que desejavam voltar para Cuba, que haja uma melhor explicação. Gostaria de ver essa declaração sendo efetivamente feita, quem a ouviu, quais foram as pessoas presentes e em que circunstâncias. E acho que esse episódio poderá contribuir para que venhamos a dizer, com muita firmeza, ao Presidente hoje licenciado Fidel Castro que é preciso – e queremos colaborar – que Cuba dê total liberdade aos seres humanos de ir e vir. Assim como também gostaria que o Governo dos Estados Unidos, Poder Executivo e Congresso Nacional, viesse logo a terminar com aquele muro que separa os Estados Unidos do México, que faz lembrar o muro de Berlim; no paralelo 38, o muro que separa a Coréia do Norte da Coréia do Sul; o muro que separa Israel da Cisjordânia, apesar de o Presidente George Bush ter sugerido ao Governo de Israel que não construísse aquele muro. Além desses, também o muro que separa os Estados Unidos do México e do restante da América Latina, de maneira consistente como V. Exª defende, precisa ser terminado.O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Senador Eduardo Suplicy, V. Exª sabe da admiração que tenho por V. Exª. E vou aqui, Sr. Presidente, fazer uma confissão à Casa e à Nação: tolo é quem subestima a habilidade política de V. Exª. Não é à toa que V. Exª construiu a carreira tão vitoriosa com essa marca inédita em São Paulo de três mandatos seguidos de Senador da República. Isso em São Paulo é inédito. Ninguém logrou obter essa façanha.V. Exª, que é o humanista que eu conheço, usou de um tão brilhante contorcionismo verbal que eu comecei a achar que quem tem que tomar cuidado com V. Exª é o meu amigo Chanceler Celso Amorim, que está com o cargo dele ameaçado, porque V. Exª é mais hábil que ele, e ele é muito hábil. V. Exª conseguiu não dizer e conseguiu, ao mesmo tempo, manter a simpatia e o respeito que sempre mereceu de mim.Serei bastante objetivo na resposta para V. Exª. Vou começar aqui pelo fim: V. Exª diz que a notícia é que os rapazes saíram voluntariamente daqui; quem conhece o histórico deles sabe que eles foram muito mais de bater na cabeça dos outros do que apanhar na cabeça. Então, não tinham nenhuma avaria cerebral, voluntariamente não iriam. Não estariam presos lá?Vamos agora para o jargão do qual eu estou – eu não queria usar a palavra –, eu estou com aquilo cheio desse jargão. Não é prisão! Segundo a ditadura cubana, eles estão na “casa de visitação” – o que quer dizer isso não me pergunte, eu não sei. Depois terão que prestar – eles, que, pela magnanimidade do Comandante, não serão condenados à morte e, segundo o Comandante, também não serão presos perpetuamente – serviços ao esporte.
Clinton colocou no jardim da Casa Branca Isaac Rabin, Yasser Arafat, os radicais israelenses, os radicais palestinos. A falta de lucidez política do Presidente Bush fez todas essas tratativas voltarem à estaca zero e prevaleceu o terror. A intervenção no Iraque não foi por outra razão que não a econômica. O Presidente Bush queria assenhorear-se de reservas que lhe garantissem petróleo barato de outros países. O petróleo visado era o do Iraque. Conseguiu interromper a produção de petróleo do Iraque. É por essas razões e por outras que o barril tipo Brent, hoje, custa US$60,00, o bastante para sustentar o desvario do candidato a ditador da Venezuela, Hugo Chávez. Considero o Presidente Bush um desastre sob o ponto de vista da paz mundial, da condução econômica dos Estados Unidos.O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Mas Senador Arthur Virgílio, o Senador Suplicy é tão competente que conseguiu não falar mal de Fidel Castro e ainda pôs V. Exª para falar mal de Bush.O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – É verdade. E eu não tenho por que defender o Presidente Bush, até porque entendo que ele é um desastre mesmo. Vai deixar uma marca pequena na história americana. Considero que o grande estadista da segunda metade do século XX, acima de Kennedy, foi o Presidente Bill Clinton. A história vai fazer justiça a ele.O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI) – Senador Arthur Virgílio, todos nós temos um ícone. Sei que o de V. Exª foi o melhor: o senhor seu pai, um líder aguerrido da Oposição. O meu é Petrônio Portella.Paulo Brossard falava dessa tribuna três horas e trinta minutos. E foram necessárias para a recuperação da democracia. Aí o Petrônio estipulou o limite para ele de uma hora, V. Exª está há uma hora.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) – Desculpe, eu vou encerrar.
(interrupção do som)
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) – Senador Arthur Virgílio, o que sei de Itamaraty eu aprendi com V. Exª, daqui a pouco sou eu que vou ter um lugar lá no Itamaraty.
O Sr. Marcelo Crivella (Bloco/PRB – RJ) – Sr. Presidente, não vou...
(Interrupção do som.)
O Sr. Marcelo Crivella (Bloco/PRB - RJ) – Os imigrantes cubanos ilegais, quando cometem algum delito, são presos. Encontrei um homem em uma prisão do Arizona que havia sido condenado, cumpriu a pena, e os americanos queriam extraditá-lo. Não havia mais interesse de ficar com ele lá. Mas Cuba não o aceitava de volta. Portanto, esse senhor estava condenado à prisão perpétua. Vai morrer na cadeia. O que farão as entidades de defesa dos direitos humanos? Cuba não ouve nenhum apelo. Eu e o Senador Hélio Costa, atual Ministro das Comunicações, ficamos comovidos e fizemos apelos. Nada adiantou. Esse regime que precisa ser execrado pelo mundo livre, pelos cristãos, pelos não-cristãos, pelos que respeitam a liberdade, é seguramente a maior afronta à liberdade dos homens no mundo atual. Parabenizo V. Exª.O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Encerro, Sr. Presidente, agradecendo ao Senador Marcelo Crivella. E solicito apenas meio minuto para dizer apenas o seguinte: há gente que se enche de indignação – e justa indignação – ao condenar as atrocidades de Pol Pot ou do atual ditador da Coréia do Norte, e eu condeno essas atrocidades todas. E há gente que não consegue condenar as atrocidades do regime cubano. Eu condeno por entender que não há diferença alguma entre ditadura de cor nenhuma em relação a ditadura de cor qualquer. Não sei, precisaríamos fazer aquele laboratório do sono. Minha intuição é de que estou dormindo melhor do que as pessoas que fazem essa seletividade, condenando convenientemente e fechando os olhos quando seus tabus ideológicos lhes ordenam fechar os olhos. Direitos humanos, para mim, é uma questão fundamental. Agressão não pode ser feita, parta de onde partir, venha de onde vier.